quinta-feira, 31 de maio de 2012

Letramento ou Alfabetização?


Qual a diferença entre LETRAMENTO e ALFABETIZAÇÃO?


São dois termos que, ao meu ver, não possuem uma distinção clara, pelo menos por enquanto. Pelo o que entendi, LETRAMENTO seria o uso social da língua; enquanto ALFABETIZAÇÃO seria o ato de "decifrar" os códigos fonéticos ( letras) tão somente, um ato mais mecânico.



Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando, é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, assim o educando deve ser alfabetizado e letrado. A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social. A palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada.

Nos Estados Unidos e na Inglaterra, embora a palavra literacy já constasse do dicionário desde o final do século XIX, foi nos anos 80 , que o fato tornou-se foco de atenção e de estudos nas áreas da educação e da linguagem. No Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se mesclam e se confundem. A discussão do letramento surge sempre envolvida no conceito de alfabetização, o que tem levado, a uma inadequada e imprópria síntese dos dois procedimentos, com prevalência do conceito de letramento sobre o de alfabetização. Não podemos separar os dois processos, pois a princípio o estudo do aluno no universo da escrita se dá concomitantemente por meio desses dois processos: a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita , o letramento.

O conhecimento das letras é apenas um meio para o letramento , que é o uso social da leitura e da escrita. Para formar cidadãos atuantes e interacionistas, é preciso conhecer a importância da informação sobre letramento e não de alfabetização. Letrar significa colocar a criança no mundo letrado, trabalhando com os distintos usos de escrita na sociedade. Essa inclusão começa muito antes da alfabetização, quando a criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu mundo social. O letramento é cultural, por isso muitas crianças já vão para a escola com o conhecimento alcançado de maneira informal absorvido no cotidiano. Ao conhecer a importância do letramento, deixamos de exercitar o aprendizado automático e repetitivo, baseado na descontextualização.

Na escola a criança deve interagir firmemente com o caráter social da escrita e ler e escrever textos significativos. A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de individuos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade. “Em termos sociais mais amplos, o letramento é apontado como sendo produto do desenvolvimento do comércio, da diversificação dos meios de produção e da complexidade crescente da agricultura. Ao mesmo tempo, dentro de uma visão dialética, torna-se uma causa de transformações históricas profundas, como o aparecimento da máquina a vapor, da imprensa, do telescópio, e da sociedade industrial como um todo”. TFOUNI, Leda Verdiani.

A alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes de caráter prático em relação a esse aprendizado; entendendo que a alfabetização e letramento, devem ter tratamento metodológico diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita, falada e contextualizada nas nossas escolas. Letramento é informar-se através da leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir selecionando o que desperta interesse, divertindo-se com as histórias em quadrinhos, seguir receita de bolo, a lista de compras de casa, fazer comunicação através do recado, do bilhete, do telegrama. Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é e descobrir quem podemos ser.


Autora: Amelia Hamze
Profª FEB/CETEC e FISO

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Até as princesas soltam pum!"

O título é do livro de Ilan Brenmann, um dos melhores escritores brasileiros em ação na atualidade:



Na minha turma eu tenho vááárias princesas. Um delas é reúne aquelas características típicas das princesas de antigamente: loira, olhos azuis, mansa, educada, meiga. Hoje, eu deveria, de três em três horas, pingar um rinossoro no nariz da menina, muito alérgica. Eis que, durante a pingada do meio do dia, no movimento de introduzir o líquido numa das narinas, o conta-gotas, pura e simplesmente, aspirou um catarro verde e espesso do nariz da princesa. Olhamos uma para a outra e caímos em riso histérico!

Foi nojento e engraçado. Ninguém da turma entendeu nada, nem a professora! Entre rir e tentar esconder o treco nojento, pedidmos licença e fomos ao banheiro lavar o conta-gotas e reaplicar o soro! E como fiquei feliz em ver que essa princesa, apesar do momento catarrento, não deixou de ser delicada, nem de ser criança: atrelou as duas coisas num riso só! Sem frescuras! #adoro

"O Menino do Pijama Listrado"

O filme "O Menino do Pijama Listrado" é para adultos. E ele NÃO mostra a Segunda Guerra Mundial sob a ótica de uma criança. Bruno, o protagonista do filme, nem sabia que vivia na contemporaneidade de uma Guerra, e muito menos que seu pai era um oficial nazista. Ele apenas era um menino que, como todos os outros da idade dele, queria brincar com seus amigos, ter a presença dos pais por perto e, claro, detestava, estudar.

Mas sim, o cotidiano de Buno era a Alemanha de Hitler.

Um dia, numa de suas brinadeiras, Bruno resolve desbravar o terreno onde mora com os pais. Nessa exploração, ele encontra uma cerca eletrificada. Enquanto tenta descobrir para que serve aquele gerigonça, Bruno conhece Shmuel, um menino como ele.

Os dois tornam-se amigos, apesar da cerca. Shmuel estava sempre com o fatídico pijama listrado. E nenhum dos dois conseguia entender o porque da vestimenta e da cerca. Tentaram descobrir juntos. O que não conseguiram decifrar deixaram pra lá, e foram brincar e conversar, que era o que interessava!

Segue link do trailer do filme:

http://www.youtube.com/watch?v=j3fK0p3x0RE

Informática para crianças (jogos)

Não é de hoje que as escolas utilizam a informática como mais um meio de desenvolvimento de aprendizagem das crianças. Eu mesma, aos 9 ou 10 anos, por volta de 1989 ou 1990, já usava muito o jogo daquela tartaruguinha, o LOGO: dava direções, fazia desenhos.Mas era uma NO-VI-DA-DE!!!Hoje, a geração 2000, muitas vezes sabe bem mais que muito adulto, COMO EU, com mais de 30 anos, quando o assunto é Internet e softwares em geral.

Abaixo, seguem alguns links de sites com jogos para as crianças, aplicados em uma aula de informática ou para serem usados em casa mesmo.

Mas antes, um link sobre o LOGO que achei na web:

Sobre o LOGO:

http://www.cempem.fae.unicamp.br/lapemmec/integrantes/hpalunos/fernando/antifairese/intrologo.htm

Links de jogos diversos:

http://www.bitpop.com.br/ (jogos diversos)

http://www.danoninho.com.br/ (jogos e informação nutricional)

http://www.turmadamonica.com.br/ (passatempos)








segunda-feira, 28 de maio de 2012

E outro!

Outro post do "Meus Guris", de 28 de agosto de 2011:


Como pegar uma estrela



Eis que a professora estava contando a história do livro "Como Pegar uma estrela", de Oliver Jeffer.

Em dada passagem do livro, a criançada começou a debater meios de como pegar uma estrela no céu, partindo da certeza de que o céu é um lugar muito grande e muito alto. Surgiram ideias de usar uma escada bem comprida, pedir ajuda para algum adulto alto, tomar um avião.

E a professora rebateu todas as arumentações:

Será que existe escada do tamnho do céu? Eu nunca vi um adulto tão alto assim pra conseguir pegar uma estrela...Como você vai abrir a janela do avião pra pegar a estrela, se não pode abrir janela de avião?

Daí, Mariazinha resolve toda a questão num estalar de dedos:

- É só fazer uma mágica!
- É mesmo, Mariazinha, responde a professora, e que mágica seria essa?
- É só usar um pózinho brilhante que faz voar!
- Pózinho? Que pózinho? Onde eu encontro esse pózinho, Mariazinha?
- Tem lá no Mundial!

E a professora, entre risos, acatou a solução.

Eu tenho, cá pra mim, que essa mágica da Mariazinha é feita com sabão em pó...né?

Oito Anos

Segunda-feira começa tudo de novo! Uma semana cheia de perguntas pra responder...como na música "Oito Anos", de Paula Toller, interpretada por Adriana Calcanhoto no seu álbum "Adriana Partimpim" :

http://www.youtube.com/embed/IHHzCO3AyiU

He, he, he...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Mais um!

Mais um post do "Meus Guris", de 9 de agosto de 2011. Texto do Frei Betto, material de aula da disciplina Corpo & Movimento aplicada no 4º período da faculdade.

De COTIDIANO & MISTÉRIO (Olho D’Água):




O processo educacional abarca, numa concepção totalizante, quatro dimensões: transmissão do patrimônio cultural, despertar das potencialidades espirituais, reflexão do que se vive e capacidade de modificar a realidade. Hoje, a escola restringe-se à primeira dimensão. O acesso ao saber justifica-se por razões de ordem instrumental. Alijado da criatividade e da reflexão, transforma-se em processo de domesticação intelectual. Basta conferir os livros didáticos que já vêm com respostas às questões levantadas, como se fossem universais, neutras, sem implicações ideológicas. Daí a perplexidade quando a resposta do educando não coincide com a da editora ou a do autor. Não se admite que uma mesma questão possa ter diferentes soluções. Assim, a aprendizagem confina-se na memorização, com a mera reprodução do saber.
Filha da tradição cartesiana, a escola só se preocupa com a pessoa do pescoço para cima. Desconsidera pois o vasto leque de potencialidades não estritamente intelectuais, mas lúdicas, artísticas e espirituais, que não podem ser trabalhadas ao nível dos conceitos. Acentua-se a divisão entre o saber intelectual e o experimental. A escola, ao separar o espaço do aprendizado do espaço da existência, impede o sujeito de pensar o cotidiano com suas implicações. Essas aparecem fragmentadas, como se o assalto a banco não tivesse nenhuma relação com a política salarial ou as medalhas de ouro conquistadas numa Olimpíada com o investimento na área social.
Questões fundamentais são ignoradas pela escola, como a relação do educando com doenças, fracassos, frustrações, medos e mortes. Diante das situações-limites da vida reina o silêncio. Educa-se para a competitividade e o sucesso e não para tecer laços de solidariedade que amenizem situações conflitivas. Em suma, falta à escola abordar o sentido da existência.

Frei Betto, frade dominicano e escritor.